quarta-feira, 4 de junho de 2008

"Onsen parte II - a hora da cob, digo, da onça, beber água"

"Houston we have a problem..." bom, eu não sei bem o porquê mas essa frase sempre me vem a cabeça quando eu vejo que a coisa vai feder. Quem não sabe o porquê da frase, vai procurar no google que eu tenho mais o que fazer. Bem, a minha situação era bem simples: meu professor me estava convidando a entrar no Onsen. Eu tinha duas alternativas, dizer não e dizer sim. Se fosse não, todo o meu esforço de construção das minhas relações diplomáticas nipo-brasieliras iriam com certeza por água abaixo, melhor, por águas termais abaixo. Se fosse sim, talvez tivesse de tirar a roupa ao ar livre. Em situações assim, onde um cenário é ruim e o outro TALVEZ seja catastrófico, eu aprendi com o Jack Bouer que a gente tem de ir para o talvez, bem, na televisão pelo menos sempre funciona. Me apeguei a essa chance e disse "claro! Eu vim do Brasil até aqui e não vou entrar no Onsen? Mas CLARO que vou!" "Então vamos lá!" Fechei os olhos e disse "vamos lá!" e pensei "que a força esteja comigo..." Fomos até a loninha para trocarmos de roupa. Vi que meu professor colocou um calção, o que me aliviou de imediato. Coloquei o meu bermudão de surfista do Paranoá e percebi que tudo ia acabar bem. Meu professor pegou uma toalhinha de rosto e colocou sobre os ombros. Eu, que não tinha toalhinha de rosto, peguei mesmo a minha toalha de banho e fiz o mesmo. Quando chegamos perto do poço de águas termais já estava mais calmo, afinal tudo o que eu havia lido nos livros sobre como os japoneses tomam banho pelados nos onsens estava provando ser uma trememenda de uma lorota. Lá estávamos eu e meu professor, devidamente trajados com short e bermudão prontos para entrar no Onsen, e vestidos, sim, vestidos com nossos shorts, ora bolas, que bobagem é essa de tomar banho nu na frente dos outros! foi aí que, para meu espanto e desespero, meu professor tirou seu calção e , nu como veio ao mundo, entrou nas águas termais. Eu, em estado de choque, percebi que aquilo era como ter de matar alguém, se fosse pensar não ia fazer, e aí, com minha mente ainda paralisada, tirei meu bermudão de surfista do paranoá e, assim como ao mundo vim em um cinco de fevereiro, também mergulhei nas águas termais. Como dizem os hispânicos, Que sera, sera.
Na primeira parte desse post disse que quanto mais tempo passo no Japão menos compreendo os japas e suas manias. Aqui o professor tem um status que é diferente do que acontece no Brasil. Vou tentar exemplificar. Seu eu vou perguntar para um amigo se outro amigo está digo zezinho iru? Se vou perguntar pra alguém que não conheço, ou para alguém mais velho ou se o zezinho é alguém com quem não tenho intimidade digo, zezinho imaska? Mas se zezinho for um professor ou alguém muito importante terei de dizer zezinho irasha imaska? Até a linguagem que se usa com o professor é outra. Há todo um ritual e uma formalidade para se falar com o seu orientador ou professor. E, de repente, o homem me cai nu no onsen. Mas isso não foi tudo. A toalhinha (que para completar o quadro de caos era do pokemon) era pra ele andar de um lado para o outro, de um poço para o outro. O homem me colocava aquela toalha de rosto na frente cobrindo as partes, e ia andando na maior, no meio de todo mundo. Só que é óbvio que a toalha só cobria a frente, então eu tive a visão surreal de uma espécie de índio nipônico em uma tanga do pokemon, andando de um lado para o outro, no meio das gentes. Nunca tinha visto a bunda de um professor antes ( que não fosse a minha e'claro) e não estava gostando da experiência. COntudo, eu nunca agradeci tanto o fato de ter ido com a minha toalha GG tamanho família (bem, sabe como é, uma toalhinha de mão pra mim não ia dar conta do recado, enfim sabe como é) e enrolei bem a toalha ao redor da minha cintura e também pude me locomover, mas não sem um certo desconforto, entre as pessoas que ali estavam. Os momentos de pânico aconteciam quando eu tinha que deixar a toalha de lado e entrar na Água. Tentei desenvolver um método onde essa operação fosse a mais rápida possível, mas depois de um tempo percebi que o melhor era não pensar muito na situação. Confesso entretatanto que a melhor parte dessa minha primeira experiência no onsen foi quando terminou, voltamos para a tendinha azul e eu finalmente coloquei a minha roupa. Havia terminado. eu não precisava mais ver aquela cena ridícula do meu professor correndo com sua bunda branca por entre os transeuntes. Era hora de seguir para o Hotel. No outro dia iríamos visitar a escolinha de crianças. Amanhã eu conto como foi a visita e coloco as fotos (da visita).

Respondendo:

Deya : é na verdade o onsen é mais uma "quente" do que uma "fria..."

Samara: Eu também odeio. Não se preocupe com as fotos, por força de contrato a GGGG magazine não me deixa publicar as fotos aqui.

Sarah: Bem, pelo motivo exposto acima, não posso publicar as fotos... também me explicaram que, como as fotos ficaram grandes demais, não há espaço no servidor do blog para alojá-las.

Gui- Tambeém estou com saudades de todos aí. Bem, as fotos, pelos motivos acima expostos...

4 comentários:

t. disse...

HUASHUSAUHASHUSAHUSAHUSAUHASHUASUHASHUASHUASUHSHAUASUHSAHUSAUHASUHASUHSAUHASHUHASUHSAUHSAHSUAHSAUSAHUUHAS...
Pai eterno! que aventura, hein? Aposto que se vc n fosse brasileiro nada disso teria acontecido...;P
e, a propósito, o " da visita" foi completamente broxante!Só ver o seu prof de tanguinha do Pokemon fecharia o ocorrido com chave de ouro!!!

t. disse...

ah sim: decidi atualizá-lo das novidades por aqui!

*pedro subiu na vida: agora ele dá, pelo menos, uma aulinha por semana pra gente.

*tirei MS em física!!! (talvez vc n veja a relevância do fato, mas pra algm q só tirava MI e MMs suados é alguma coisa.)

*fiz uma redação no inglês sobre vc.

*as meninas de biologia estão dominando o mundo!!! (1º ficaram responsáveis pelo simulado e agora tão organizando a festa junina)
ps: todos os fundos serão direcionados a uma instituição carente.

ernane disse...

Fifinho, qto cu doce com o tal de onsen... Eu ja tinha estranhado o fato de ter a cabaninha azul pra trocar de roupa, se é pra sair peladão, pra que cabaninha...Alinhás não sei por que tanto pudor. Vc herdou o big traseiro africano da vó Quininha, e na frente, bem, vamos que vc tenha puxado pro outro lado da family, mesmo assim, eh de causar inveja para qualquer japa...Na realidade eu acho que teu orinetador tava a fim de ver algo...sei não maninho....

thelma disse...

essa foi difícil. Eu acho que não teria tanta coragem assim. Bjs