terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sifu


Boas. Andei sumido, sei, mas acontece que não é todo dia que se está inspirado pra escrever né? Nesses dias em que pouco escrevi, andei vendo as notícias. Gastou-se bastante papel e saliva para se discutir a apropriação ou não do "sifu" do presidente. Eu acho fantástica a capacidade que nós temos de nos concentrar na coisa errada. O discurso do presidente foi mais ou menos assimassim "Imaginem vocês, se um de vocês fosse médico e atendesse a um paciente doente, o que vocês falariam para ele? Olha, companheiro, o senhor tem um problema, mas a medicina já avançou demais, a ciência avançou demais, nós vamos dar tal remédio e você vai se recuperar. Ou você diria: meu, “sifu”. Vocês falariam isso para um paciente de vocês? " Aí os homens e mulheres ais inteligentes do país começam a discutir se o presidente deve ou não dizer "sifu", quando a questão colocada é, o médico deve ou não dizer a verdade ao paciente, ou , o presidente deve ou não dizer a verdade ao país? Parece que o president acha que não. E parece que ele pode falar isso abertamente, porque os idiotas de plantão vão se apegar exatamente no que não importa, na forma, ao invés de prestar atenção ao conteúdo...
Bem, aqui no Japão eu entenderia um debate sobre a fala do presidente. Eles são meio maníacos com essa coisa da adequação da fala. Só para vocês terem uma idéia, não há muitos tempos verbais, basicamente presente e passado. comer por exemplo é "taberú". Passado "tabetá". Mas tem a adequação.... Se eu tô falando com um amigo, ou um "inferior" posso usar "taberú", tranquilo. Se estou falando com um desconhecido, ou alguém um pouco superior, tenho de falar "tabemasu." Se estou falando com alguém muito superior, sobre a minha ação de comer é "itadaquimas" se estou falando sobre a ação praticada pelo meu superior "meshiagarimasu." Enfim, mais fácil fazer como o Lula e mandar um simples "sifu.
Longe daí, e longe daqui, no Grécia, terceiro dia seguido de quebra pau, porque um polícial matou um estudante de 16 anos. E no Brasil? Bem, só no Rio, segundo a Anistia internacional, foram 1.260 em 2007. Se fóssemos fazer 3 dias de quebra-pau pra cada um que a polícia mata...
Mas isso não tem importância. Em um país hipócrita como o Brasil, o que é importante mesmo é se "sifu" pode ou não pode. Enquanto isso nós é que sifu.

Respondendo:

Rafael: pois é, ces't la vie...

Kobelus: é, como vc disse, complicadíssimo.

Anônimo: obrigado. Mas não cheguei a fazer história não, so fui parte dela...

Tay: Vê se passa mais vezes por aqui. Não é burocracia não. Você é que postou 2 vezes o mesmo post!



2 comentários:

Dinofours disse...

realmente... é complicado

o que é "taberú"?

Koběluš disse...

hauahauahauahau,
esse Lula é um pândego!
Depois dizem que o português é que é difícil...
hj teve uma manifestação na praia de Copacabana pelos 9000 desaparecidos no Rio.

abraço sensei