quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Culpada por 40 anos

Esta senhora que está ai na foto é Keiko Ogura. Ela é uma sobrevivente de Hiroshima. keiko tinha 8 anos no dia 06 de Agosto de 1945. Ela se salvou porque morava em um lugar pouco mais afastado da cidade, e naquele dia não foi a escola. É que o pai dela acordou e disse, "hoje você não vai a escola"e ela disse, "mas papai, eu quero ir a escola!" e ele respondeu, "hoje não, tô com um presentimento ruim." Ela não foi e sua escola foi destruída, mas ela se salvou.
Quando viu e sentiu e explosão, Keiko foi correndo em direção a cidade e já encontrou uma porção de mortos vivos vindo em sua direção. Um efeito comum a todos que foram afetados pela bomba mas não morreram imediatamente era uma sede incostrolável, e todos imploravam por água. É por isso que quase todos o monumentos que relembram o massacre atômico tem batante água. O problema é que essas pessoas não podiam beber água, se bebiam vomitavam sangue e morriam.
Só que nas primeiras horas ninguém sabia disso, e Keiko, assim que ouviu as primeiras suplicas por água, saiu correndo a procura de água pros feridos. Ela conta que ia dando água e as pessoas iam tomando e mal tinham tempo de dizer obrigado, começavam a vomitar sangue ou simplesmente morriam.
Quando voltou para casa de noite, seu pai disse que as pessoas estavam morrendo ao tomar água, e que portanto não era pra ninguém dar água aos sobreviventes. Keiko com 8 anos, se lembrou do que tinha acontecido de manhã, e penso "eu fiz uma coisa errada, eu matei aquelas pessoas." ela ficou 40 anos com essa culpa, e até a morte de seu pai nunca tinha contado pra ninguém o que aconteceu com ela naquela manhã.
Aliás a aioria dos sobreviventes não gosta de falar. Um dos motivos é o preconceito. Eles tem medo de que, se falarem, seus filhos e descendentes vão ser discriminados. Keiko falou de que ninguém queria se casar com ela, porque ela era de "Hiroshima" e quando finalmente se casou as pessoas diziam "que bom que seu nome de família vai mudar!"
Alguns anos atrás, o filho de Keiko teve o mesmo tipo de preconceito em Tokyo, quando os amigos souberam que ele era um filho de uma sobrevivente de Hiroshima

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