Uma boa idéia

Boas. Segunda feira de uma semana que só vai até quinta, pelo menos aí no Brasil né? Hoje de noite tava ouvindo a CBN e soube por exemplo que o trânsito tava lento no sentido sobradinho plano piloto ( Bem, não precisa ouvir a CBN pra saber que o trânsito ali está lento né), tô sabendo também que querem acabar com o eixão do lazer, e tal e tal. Já tem oito meses que eu tô aqui no japão, exatamente metade do caminho, metade do tempo que eu vou ficar no total, e puxa, como passa rápido.
Pra quem quer saber, essa tal de globalização acabou com muitas das grandes dificuldades de se "morar no estrangeiro" como se falava antigamente. A internet me deixa ouvir e ver notícias do Brasil diariamente, além de falar com as pessoas mais chegadas através de skype e email. No supermercado outro dia, aqui em Otsu, que é uma cidade do interior, vi uma legítima garrafa de 51. É, aquela mesma, a nossa 51, por pouco menos de dez dólares, a garrafa é igualzinha a do Brasil, com a diferença que tem umas frescuradas escritas em inglês e japonês. Em Nagoya, nas lojas brasileiras, é possível se comprar de tudo, de pastel aos últimos capítulos das novelas da globo (sim, acreditem). Enfim, é o fim da saudade romântica, daquela vontade de comer pão de queijo que só podia ser saciada quando se cruzasse o atlântico e se fincasse os pés na terra amada idolatrada, salve salve. Hoje em dia se pode comprar pão de queijo em algum seven eleven de Nagoya... Na China se acha de tudo no Carrefour, até sorvete da Kibon, , e no Tibet tem Macdonald's...
Então vocês podem tá pensando que a globalização acabou com a saudade né? Bem, não é bem assim. É que agora a modernidade não deixou mais espaço para a saudade das coisas bobas, triviais, da comidas, das bebidas, das notícias, só há lugar agora para a saudade do que é essencial, das pessoas. Saudades de sentar na mesa e conversar sobre o nada, saudade de ir dar minhas aulinhas encontrar meus alunos, contar piadas sem graça e me estressar com as bagunças típicas de adolescentes, enfim, saudades das pessoas com quem a gente convive diariamente. Mas nisso também há uma coisa engraçada. Por conta dessa mesma modernidade que agora me deixa conversar por horas pela internet com amigos e parentes, quando estava em Brasília, era difícil sentar pra conversar, pra jogar papo fora, pra falar sobre o nada. É que a vida de todo mundo é tão corrida... Uma coreria desembestada, e nas distâncias de Brasília, se vão dias, meses, e as vezes até anos, sem se encontrar o melhor amigo, sem se visitar um irmão...
Esses oito meses de Japão foram muito mais fáceis do que eu imaginei que poderiam ser. Mas acho que isso se deve ao fato de eu ser uma pessoa que gosta de agregar, de sentar com os amigos pra bater papo, coisa e tal. Acabei fazendo isso aqui também. Você que está aí, pare de ser abestalhado e se ocupar por horas e horas com coisas menores. Vai visitar um amigo, contar uma fofoca, comer bolo com café. Faz isso agora porque afinal, essas são as únicas coisas de que você vai sentir falta, todo o resto se pode comprar em um Carrefour ou seven eleven pelo mundo afora. Isso sim é uma boa idéia.

Gabi- Tô esperando o Vídeo! Beijos,


Thatá - Calma com esse negócio de me imaginar casando!!!! Afinal de contas você tem de estar presente pra jogar arroz né?

Michelle - Que bom ouvir de você por aqui. Espero que goste do blog! beijos,