terça-feira, 28 de outubro de 2008

De volta do silêncio


Boas. Voltei. Depois de uma pequena pausa, um silêncio curto, é verdade. Tem gente que não gosta do silêncio, mas eu adoro. Aliás isso é um dos atrativos do Japão, o silêncio. Os carros são silenciosos. Os ônibus, desligam os silenciosos motores, quando parados no sinal vermelho por exemplo. Até as crianças por cá parecem mais silenciosas. O silêncio é também prova de intimidade - a gente só consegue ficar confortavelmente em silêncio com as pessoas com as quais nos sentimos íntimos. Na música, dizem as más línguas, que o bom músico é aquele que sabe, principalmente, a hora de não tocar.
O probema é que o povo se incomoda um pouco com o silêncio. Tem gente que parece sempre ter de ter uma opinião formada sobre quase tudo. Eu de minha parte, prefiro ficar em silêncio quando não tenho nada a dizer. Mas vamos ao que se tem a dizer.
Por aqui o frio já aperta. Eu prefiro. Acho que quando voltar ao Brasil vou sentir falta do frio de cá. Principalmente nesses dias em que o inverno ainda não chegou de vez e o sol ainda brilha forte. A minha empresa de seguro (não, eu não sabia que tinha uma) mas parece que eu tenho um seguro contra incêndio. Por uma dessas coisas que não se entendem do Japão, o meu seguro contra incêndio cobre também a enchente que rolou no meu apartamento. Me deram um formulário pra colocar um x nas coisas novas que eu vou precisar, de colchão a roupa, passando por computador e tal. Eu perguntei como eu ia mostrar que a coisa tinha quebrado, eles falaram que bastava tirar uma foto, Aí eu pensei em tirar uma foto de um tênis velho todo ferrado, e de umas roupas mais pra lá do que pra cá, além do meu colchãozinho já meio ferrado. Ia ganhar uma grana boa. O problema é que de verdade de verdade, não estragou nada. E é difícil ser desonesto com quem é honesto com a gente. Ademais a gente no Brasil reclama tanta de político que rouba milhões, e muitas vezes a gente se corrompe por pouco, por uma multa, por dez reais aqui, por uma ninharia ali. Enfim disse a eles que não estragou nada não, tá tudo tranquilo. Só pedi para lavarem meu tapete. Já levaram, disseram que semana que vem tá pronto. No Brasil, quando bati o meu carro o seguro não pagou porque eu não sabia o nome da rua em que o acidente aconteceu. O problema é que em Brasília as ruas não tem nome...

Um comentário:

t. disse...

é quase inacreditável! vc tá um lugar onde as coisas funcionam devidamente! :o

ps: o dia de hj me fez crer que sim, o inferno foi relocado para Brasília!
¬¬'